Nas ondas do mar carioca
A minha relação com Copacabana se iniciou quando me mudei para o Rio de Janeiro com meus pais. Me recordo de frequentar as areias da praia naqueles dias de sol com um mundo de gente. Tempos depois retornei ao bairro para estudar numa determinada escola pública na rua República do Peru. Naquela época, era muito comum os alunos irem à praia quando não havia aula ou até mesmo depois das aulas. Meninos e meninas jogavam bola, outros apenas curtiam a brisa e o sol esticados na areia contemplando o mar e o céu azul.
Copacabana, a princesinha do mar, foi imortalizada em 1946, na canção de Dick Farney e Alberto Ribeiro. Sua areia clara e fina espalhada nos quatro quilômetros que compõe sua orla é conhecida internacionalmente. Um palco ao céu aberto para muitos eventos e espetáculos. É também um espaço de lazer para moradores das mais diversas localidades do Rio de Janeiro e para muitos turistas nacionais e estrangeiros, que optam pelo melhor point para tomar um banho de sol ou praticar algum esporte contemplando a beleza da paisagem de sua praia.
Ao lado daqueles que vivenciam dessa experiência não passam incógnitos os trabalhadores, sejam eles vendedores ambulantes ou barraqueiros, que têm na praia o seu sustento diário. Mas, um outro grupo ali também se destaca: os pescadores artesanais da Colônia Z-13. Eles foram os primeiros moradores do bairro, pois já ocupavam o arrabalde antes da cidade ali chegar, como bem demonstra a presente obra da historiadora Luzimar Soares, uma contribuição importante ao estudo da História do Rio de Janeiro.
O núcleo do Posto 6 da Colônia de Pescadores é uma centenária colônia que se organizou na região no início do século XX. Com o alargamento da Avenida Atlântica, os pescadores foram perdendo seu habitat para novos sujeitos. Para contar a história desses tradicionais moradores, a historiadora e comissária de bordo Luzimar Soares penetrou em seu universo. Recentemente, ela publicou o livro Nas ondas do mar carioca sobre a Colônia Z-13. Além das fontes levantadas e das entrevistas realizadas, visitou as atuais moradias e realizou incursões ao mar nos pequenos barcos dos pescadores no alvorecer do dia para compreender o processo da pesca artesanal.
A partir disso, a autora com muito zelo revelou a luta dos pescadores pelo reconhecimento de sua atividade, pelo direito à manutenção de seu local trabalho e pelo respeito à sua profissão na zonal sul do Rio de Janeiro, realçando, ainda, o direito à cidade e à preservação da memória desses trabalhadores.
Para quem não conhece, ainda, a Colônia de Pescadores, ela fica ali localizada no Posto 6 nas proximidades do Forte de Copacabana. Diariamente, é possível comprar o pescado fresco e conversar com os pescadores e os vendedores de peixe, bem como outras figuras como camelôs e banhistas, que dão uma característica peculiar àquele canto da praia. Para quem se animar um mergulho no mar, certamente, revigorará à alma, os aventureiros poderão praticar algum esporte da moda como stand up paddle ou a tradicional natação. A praia dita modismos e tendências, é um local de sociabilidades e de lazer considerado por muitos como democrático.
Afinal, como não se encantar com essa bela paisagem, com esse cartão postal carioca?
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2 Comentários
Olá.
Muito obrigada por mostrar tão lindamente meu trabalho.
É sempre uma honra ter o trabalho reconhecido por você.
As ondas do mar de Copacabana são mágicas, os Pescadores da Colônia Z-13 e suas histórias e estórias são importantes para compreender sua paradoxal existência naquele que é o bairro mais conhecido do país.- Autor
Seu trabalho é incrível, parabéns, que venham outras pesquisas, outros livros. Um beijo!