Fábrica Tecidos Carioca*
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Quem hoje passa pela Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico, nem imagina que ali havia uma fábrica de tecidos e uma vila operária onde muitas vezes aconteciam paralisações, com centenas de trabalhadores nas ruas.
A Companhia de Fiação e Tecelagem Carioca foi fundada em 1884 no atual bairro do Jardim Botânico no terreno da Chácara do Algodão – uma área com cerca de 538 mil m2 na Estrada Dona Castorina (atual Rua Pacheco Leão).
Pouco depois, em 1890, foi inaugurada a Vila Operária Arthur Sauer, ao lado da Fábrica Carioca e vizinha a outra vila operária já existente, erguida pela empresa para seus trabalhadores. O nome da vila era uma homenagem ao engenheiro civil e diretor-gerente das oficinas tipográficas da Casa Laemmert, fundador da Companhia de Saneamento do Rio de Janeiro e responsável pelo surgimento de diversas vilas operárias no Rio tais como a Vila Rui Barbosa no Centro, a Vila Maxwell e a Senador Soares, em Vila Isabel.
As muitas paralisações e as centenas de operários que se reuniam em comícios nas ruas do Jardim Botânico contribuíram para toda a agitação do bairro no início do século XX. Durante a Revolta da Vacina em 1904, por exemplo, os trabalhadores se rebelaram contra a vacinação obrigatória e depredaram os bondes da Companhia Carris Jardim Botânico que atendia à população.
Em 1920, a Fábrica Carioca foi adquirida pela Companhia América Fabril e existiu até 1962, quando finalmente foi extinta. Quando encerrou as suas atividades, uma parte do terreno foi loteada e vendida para a construção de casas residenciais e a outra parte foi adquirida por uma emissora de televisão.
Resquícios de seu passado operário podem ser observados, atualmente, a partir do conjunto arquitetônico da vila operária, que resiste ao tempo e foi tombado em 1987 pelo Departamento Geral de Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro.
Post elaborado pela historiadora @luciene.carris .
*Originalmente publicado como post no Facebook e no Instagram do museu virtual Rio Memórias!
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